São Paulo eliminado - Por Alexandre Cardillo

Uma noite traumática para um dos clubes mais vencedores e acostumado a partidas épicas, quando o assunto é Copa Libertadores da América. Mas o que se viu na noite desta última quarta-feira, foi um São Paulo apático em campo e completamente adverso à sua tradição. O time foi eliminado precocemente no torneio continental, para o modesto Talleres, da Argentina. O Tricolor precisava reverter o placar do jogo de ida, em Córdoba, por 2 a 0. O Morumbi recebeu pouco mais de 44 mil torcedores, que apoiaram, se enervaram com a falta de postura ofensiva da equipe e no final, viram a torcida adversária fazer a festa. O resultado de 0 a 0 foi a gota d´água para manifestações dos são paulinos após a partida. Do lado de fora, em frente ao portão principal, uma aglomeração fez entoar o coro do protesto.

O São Paulo padece de um problema crônico. A falta de identidade de um clube que no passado, era exemplo para os demais, principalmente administrativamente falando. A trajetória recente assombra um passado de glórias. O próprio Morumbi já não impõe mais aquele respeito. Se no passado o time fazia do estádio seu maior aliado, atualmente nem de perto parece ser o mesmo. Os times entram em campo para aproveitar justamente os espaços que o gramado permite e tiram proveito disso. O São Paulo se perde em campo e se desestabiliza com a pressão que vem das arquibancadas. A falta de um comandante é um dos fatores preponderantes para este desempenho pífio, ano após ano. A eliminação na fase de Pré-Libertadores (segunda fase), evidencia tal fragilidade. Uma reunião marcada para a tarde desta quinta-feira irá definir o futuro do técnico André Jardine. Muito se cogita nos meandros tricolores, que ele poderá voltar a dirigir o time Sub-20. Basta saber como o próprio Jardine vai encarar e lhe dar com esta proposta. Na verdade, ele é mais um “escudo” para uma diretoria omissa, nos momentos que precisa se posicionar. Obviamente que a falta de padrão de jogo pesa e muito nesse momento. O jovem técnico fez alterações equivocadas e aparentemente, não confia em suas convicções. O aproveitamento dele na equipe é de 33,3%. Mas a diretoria precisa dar respaldo, vir a público e se posicionar sobre este cenário de incertezas que rondam o clube, há tempos.

A desclassificação do São Paulo mostra que o torcedor quer relembrar os anos áureos. A torcida gritou o nome do ex-técnico Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro com o clube. Isso é a maior prova da instabilidade de uma das maiores agremiações do nosso futebol. Até quando o São Paulo permanecerá nesta situação? Urgentemente, já passou da hora de algo ser feito. Triste realidade.

Texto: Alexandre Cardillo 

Imagem: Rubens Chiri / http://saopaulofc.net