Santos a deriva. Um dia após a desclassificação

Por Alexandre Cardilho

29/08/2018  

Fim da linha para o Santos na Taça Libertadores da América. Os comandados do técnico Cuca sucumbiram ao Independiente, da Argentina e foram eliminados na noite desta terça-feira (28), no Estádio do Pacaembu. Mas a partida já estava favorável aos Hermanos. Quando o árbitro chileno Julio Bascuña apitou o início do confronto, o Santos precisava tirar uma diferença de três gols para levar a partida à decisão por pênaltis, ou quatro gols para obter a classificação às quartas de final da Libertadores. O caso Sanchéz fez com que o psicológico alvinegro pesasse. E ele ainda jogou, após uma reviravolta jurídica para que o uruguaio pudesse atuar na noite de ontem. Simplesmente inexplicável. 

Os argentinos fizeram um jogo estratégico, catimbado como de costume e com toques de bola no meio de campo, minando às possibilidades do Peixe. O time de Vila Belmiro estava nervoso, desatento e só teve duas oportunidades durante todo o confronto, ambas com Gabriel. No primeiro tempo, o camisa 10 saiu cara a cara com Campaña, mas o goleiro do Independiente levou a melhor no lance. No segundo tempo, Gabigol desperdiçou uma chance clara, ao antecipar a zaga e mandar a bola para fora. A partida foi interrompida aos 37 minutos da etapa complementar e encerrada aos 42 minutos, por falta de segurança no estádio. Bombas caseiras foram lançadas ao lado do banco de reservas do time argentino e torcedores invadiram o gramado. O técnico Cuca tentou conter um torcedor, mas acabou se desentendendo com um policial.

O dia seguinte do jogo mostra um Pacaembu dilacerado pelo acontecido. Cadeiras foram arrancadas e arremessadas das arquibancadas. Portões que dão acesso ao gramado também estão violados e barras de ferro quebradas. O presidente José Carlos Peres foi muito hostilizado e já não tem mais ambiente para continuar no Santos. Aliás, tem inclusive uma disputa interna de poder com seu vice, Orlando Rollo. Uma tentativa de paralisar a Libertadores, em virtude da punição da Conmebol aplicada ao clube, agora literalmente cai por terra, pois com toda certeza, receberá outra punição, decorrente dos atos de vandalismo de sua torcida. Um clube à deriva, que agora concentra todos os esforços no Campeonato Brasileiro, no qual está flertando com a zona de rebaixamento. Dias nebulosos. Trocadilhos à parte, o mar não está para peixe.

Alexandre Cardillo.

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