MAIS QUE FUTEBOL

Copa do Mundo Rússia 2018

08/07/2018  

Não é só futebol

O título desse texto é real, pois trata-se de uma visão diante do que vi e vivi na Rússia. Primeiro o impacto da desconfiança diante de um povo bastante distante do nosso se transformando em aprendizado e quebra de paradigmas.

A cada nova viagem nacional ou internacional eu me deparo com a certeza que esteriótipos são absolutamente idiotas e infundáveis. As línguas são diferentes sim e parte dos hábitos também, mas somente isso. Todos querem a mesma coisa e o que buscam é tão simples como a solução para grande parte dos problemas diplomáticos. 

Eles querem sorrir, viver bem ao lado do próximo e aproveitar momentos simples ao lado de pessoas, sem distinções de cor, credo, raça ou qualquer outra divisão que a sociedade mundial crie para segregar a raça humana. 

Em uma vida terrena que não tem data de validade e sua única certeza é que o término virá, cada instante na passagem pelo mundo precisa ser mais simples. Simples como abrir um sorriso diante de uma pessoa que não tem a menor ideia de onde você veio ou o que esta falando e ser correspondido imediatamente. 

Simples é se vestir de colorido, se não das cores da bandeira de seu país, das cores que você quer, daquelas que te deixem feliz por um instante. De brindar com água, suco, refrigerante, cerveja ou mesmo com os olhos. Olhos marejados de lágrimas produzidas por emoção, por amor, por saudade mas jamais por tristeza. Pode ser até por uma decepção, mas pela aquela oriunda de derrota esportiva e jamais por perda de vidas por conta da vaidade e a ganância daqueles que comandam nações.

A Copa realmente é muito mais que futebol e seu significado trancende a arte de colocar a bola para dentro da rede. O chute e o drible são na intolerância daqueles que não entendem que a paz não será conquistada por nenhum decreto diplomático, mas sim a cada novo abraço, a cada troca de gentileza, a cada apertar de mãos.

Lógico que teremos um campeão na Copa do futebol, aquela que tem tabela e horários marcados, aquela que a FIFA de maneira cirúrgica pensa em todos os detalhes para ser próxima da perfeição, mas essa que entrega uma linda taça ainda é pequena diante da conquista maior que transforma tanta gente em campeões do mundo.

Quem vai me convencer que torcedores das trinta e uma seleções que visitaram a Rússia e cantaram dentro e fora dos estádios não são campeões?

Quem vai falar para esse povo russo que há poucas décadas vivia a angústia de viverem em bankers por conta de momentos de guerras e hoje sorriem e se abraçcam sem se preocuparem a nação pois todos agora são aliados da vida, que eles não são campeões?

E as milhões de pessoas que se reuniram pelo mundo a fora a frente de imensas, grandes, pequenas telas ou mesmo próximas aos eternos rádios para acompanharem e se emocionarem por conta das partidas de futebol. Não são campeões também?

Todos são, todos somos.

Fica para nós a lição que o menos é mais e que por mais que exista muita coisa envolvida para que tudo dê certo dentro e fora dos campos a Copa do Mundo é muito mais que futebol.

Que bom que é assim, que assim se perpetue na sua essência de simples ser para bem se viver.

Realmente não é só futebol.

Luciano Luiz

Top