Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, é conhecido por
sua verborragia. O mandatário, que já "garantiu" diversas vezes a
venda do "Naming Rights" da Arena, que já brigou com dirigentes
rivais e do próprio clube, agora, afirmou que o Corinthians não jogará mais à
noite e nem aos domingos.
"Na hipótese de serem agendadas partidas à noite ou aos
domingos, o Sport Club Corinthians Paulista se reserva no direito de
eventualmente não participar dos referidos jogos", diz a nota oficial
enviado pelo clube à Federação Paulista de Futebol (FPF), à Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) e à Globo, segundo revelou o jornalista Jorge
Nicola.
A atitude de Andrés Sanchez tem um motivo: as diversas ações
de jogadores contra o Corinthians em relação ao adicional noturno, domingo e feriados.
"Inúmeras são as decisões judiciais, confirmadas
inclusive pelas instâncias superiores, condenando as entidades de prática
desportivas empregadoras a pagar aos atletas profissionais de futebol
adicionais por partidas realizadas à noite, assim como por suposta violação ao
direito de repouso semanal remunerado, especialmente quando há jogos realizados
aos sábados/domingos, seguidos por jogos no meio da semana e novamente no
sábado/domingo seguinte", continua a nota do clube.
FPF, CBF e Globo ainda não se manifestaram. O futebol
brasileiro está parado por conta da pandemia do novo coronavírus. O Paulistão
foi paralisado em meados de março e o Corinthians entrou de férias em abril.
A decisão foi motivada após dois processos de jogadores
contra clubes. Um foi do ex-zagueiro Paulo André movido contra o próprio
Corinthians. O outro, pelo volante Maicon contra o São Paulo. Ambos exigiram o
pagamento de remunerações adicionais por terem atuado à noite, em domingos e
feriados.
MOTIVAÇÕES
Paulo André ganhou R$ 1,2 milhão e fez acordo para receber
em parcelas de R$ 750 mil. Recentemente, o ex-jogador explicou pelo Facebook a
ação que moveu contra o clube e como foi feito o acordo.
"Pedi ao Andrés para me pagar os valores que ele e o
Corinthians realmente achavam que me eram devidos. Ele me olhou surpreso. Ligou
para o seu jurídico, levantou os documentos da época, fez as contas e me chamou
alguns dias depois para selarmos o acordo. Espero esse capítulo marque de uma
vez por todas o fim dessa polêmica", concluiu.
Maicon, hoje no Grêmio, ganhou em primeira instância o valor
de R$ 200 mil. O processo continua aberto e os valores podem chegar até R$ 700
mil por causa de juros e correção. Criticado por torcedores no Instagram, o
jogador pediu "menos mimimi". "Se a gente ajuda, não faz mais do
que a obrigação, se cobramos nossos direitos somos mercenários", escreveu