Nesta sexta-feira, a Bundesliga inicia a 27ª rodada com um clássico,
o único da elite disputado por equipes da mesma cidade e logo da capital. O
Hertha Berlin vai receber em casa, no Estádio Olímpico, o Union Berlin. A
partida não terá público em decorrência das medidas de proteção contra o
contágio do coronavírus. Este será o
sexto confronto da história entre os times e a vantagem é do caçula do
Campeonato Alemão. No primeiro turno, o estreante na elite (neste formato desde
1963), Union, venceu por 1 a 0 e lidera o retrospecto com duas vitórias. Além
desses triunfos, o confronto tem mais dois empates e uma vitória do Hertha.
Junto aos longos anos do time vermelho e branco nas divisões inferiores, outro
fator que explica o baixo número de duelos é o período de 28 anos do Muro de
Berlim. Com a construção do muro que separou a cidade, o Union ficou do lado
oriental e o Hertha, ocidental. Longe da
briga pelo título e vagas nas competições europeias, a dupla da capital ocupa
posições intermediárias na tabela. Enquanto o Hertha Berlin é o décimo primeiro
colocado, com 31 pontos, o Union Berlin vem logo atrás, em décimo segundo, com
30. Berlim com sotaque brasileiro Atualmente, apenas um brasileiro joga na
capital alemã: Matheus Cunha, atacante do Hertha Berlin. Revelado pelo Coritiba
e com passagem pelo RB Leipzig, o jogador vive bom momento e já marcou três
gols em cinco partidas pelos berlinenses. Ter atletas nascidos do Brasil em seu
elenco tem sido uma tradição do time azul e branco. O mais famoso deles é
Marcelinho Paraíba. Por cinco temporadas, entre 2001 e 2006, o brasileiro atuou
em 193 jogos e balançou as redes 79 vezes. O paraibano ajudou a equipe a
conquistar a Copa da Liga Alemã em duas oportunidades, 2001 e 2003. O Hertha também foi a casa do pentacampeão em
2002, Luizão, ex-atacante de Corinthians, Palmeiras e Vasco; Gilberto,
ex-lateral-esquerdo que disputou a Copa do Mundo de 2006 e defendeu Flamengo,
Cruzeiro e Vasco; Alex Alves, ex-atacante que passou por Vitória e Cruzeiro; e
Cícero, meia que veste a camisa do Botafogo em 2020. Nomes como os irmãos Raffael, hoje no
Borussia Monchengladbach, e Ronny, aposentado, André Lima, atacante
ex-Botafogo, Grêmio e Vitória, Lúcio, ex-lateral-esquerdo de Palmeiras, Grêmio
e Fortaleza, Mineiro, ex-volante campeão mundial pelo São Paulo e Allan,
ex-Fluminense e hoje atleta do Atlético Mineiro, contribuíram para a história
brasileira na capital. Pelo lado
vermelho e branco, os maiores nomes brasileiros são os atacantes Daniel
Teixeira e Carlos Sílvio. Daniel Teixeira foi revelado pelo Cruzeiro e teve
duas passagens pelo time alemão. Ele foi artilheiro da quarta divisão alemã com
32 gols, na edição 2000/01, a qual havia marcado 14 vezes pelo seu clube
anterior, o KFC Uerdingen. Naquela temporada, o jogador esteve em campo na
derrota do Union Berlin para o Schalke 04, por 2 a 0, na final da Copa da
Alemanha. Já Carlos Sílvio, iniciou a
carreira no Santos, rodou por clubes da Suíça e defendeu o Union entre 2011 e
2013. Em 50 jogos disputados, o jogador marcou nove vezes. Hoje, está de volta
à Suíça, jogando pelo FC Wil. Títulos
dos dois lados Tanto o Hertha, quanto o Union já foram campeões da Alemanha.
Entretanto, as duas equipes amargam um longo jejum e ainda não levantaram o
caneco da Bundesliga, as conquistas foram pré-fundação da Liga em 1963. O time
azul e branco ficou com a taça em 1930 e 1931. Já os vermelho e branco estão
ainda há mais tempo com o grito entalado na garganta: desde 1905 sem terminar a
competição na primeira colocação.