Brasil x Bolívia – A Crônica da estreia por Luciano Luiz
Escalações
confirmadas
A seleção brasileira começa a partida com quatro jogadores
em campo que estavam na última derrota do Brasil na Copa do Mundo da FIFA
Rússia 2018. São eles, Thiago Silva, Alisson, Phelippe Coutinho e Fernandinho.
No banco de reservas o técnico Tite tem mais quatro jogadores que estavam em
campo na eliminação diante da Bélgica. Miranda, Fagner, Willian e Gabriel
Jesus. Os outros três atletas que defenderam o Brasil na derrota de Kazan foram
Marcelo e Paulinho, que não foram convocados e Neymar que foi cortado por
contusão.
Cerimônia de Abertura
Curta, bonita e com conteúdo. Viajou na história do
continente, sendo simpática com os convidados Catar e Japão e abordando o que
há de mais puro e lindo nas nações, as crianças.
Sonhos daqueles que serão não só os próximos jogadores mas
muito mais que isso, aqueles que farão o futuro do continente.
O baiano Leo Santana e a colombiana Carol G que cantaram a
música tema da competição, “Vibra Continente”, entraram e saíram com pouco
brilho.
Vamos para o jogo !!!
Hinos dos países
Primeiro um estádio que se levantou respeitosamente para
ouvir o hino boliviano e depois o do Brasil que realmente tocou o público,
principalmente após o término do período protocolar onde todos seguem cantando
a capela. Emocionou !!!
Bola Rolando
Começa o jogo e olha o Brasil de branco depois de tantos
anos. Bonito mas diferente.
A equipe boliviana é muito fraca e começa a partida somente
na defesa, com menos de quinze minutos o Brasil já somava pelo menos quatro
chegadas com perigo.
A torcida chama a atenção, mas não pela alegria ou
empolgação, mas sim pelo silêncio. Realmente o povo que foi ao Morumbi segue
uma linha mais de teatro.
E nos tempos do “Futebol Nutella” a torcida comemora cartão
amarelo após consulta do VAR e até inicia uma “ola”. Lógico que somente duas
voltas pelo estádio, afinal de contas ficar levantando toda a hora é bem
cansativo para a galera.
Chegamos aos vinte e cinco minutos do primeiro tempo com um
jogo onde o Brasil joga até melhor mas sem muita inspiração para marcar diante
de uma seleção horrível e para acordar torcedores que preferem se ater as suas selfies devidamente postadas.
Passamos dos trinta e cinco minutos e o jogo segue chato,
sem oportunidades de gol e começamos inclusive a ouvir as primeiras vaias.
Só para lembrar, o jogo está horrível e o Brasil não
consegue ameaçar a “La Verde”, como é conhecida a seleção boliviana que ocupa a
posição de número sessenta e dois no ranking da FIFA....Que dureza.
E com dois minutos de acréscimo no primeiro tempo o árbitro
argentino Nestor Pitana apita o fim do sofrimento. Vaias tomam conta do estádio
enquanto jogadores brasileiros baixam a cabeça e lentamente caminham para os
vestiários. Os bolivianos se reúnem no centro do gramado para comemorarem a
conquista parcial.
Começa o segundo tempo e o Brasil volta sem nenhuma alteração. Vamos torcer que venha
pelo menos uma mudança de postura.
Com menos de três minutos um lance sem muito perigo na área
e após uma série de bolas rebatidas e os brasileiros já prontos para cobrarem o
escanteio o árbitro para e vai consultar o VAR...Novos tempos. Minutos de
apreensão e lógico, pênalti para o Brasil.
Coutinho chuta no canto direito do goleiro boliviano para
marcar o primeiro do Brasil. Na jogada seguinte, Firmino recebe pela direita e
sem nenhuma marcação cruza na cabeça do também sozinho Coutinho que marca o
segundo dele e abre o caminho para uma goleada brasileira.
Só para registrar que mesmo vencendo por dois a zero a
torcida levantou somente para aplaudir os gols, sentando imediatamente em seus
respectivos lugares. Realmente é um público diferente que frequenta os estádios
atualmente.
Passamos dos quinze minutos e o jogo volta ao nível sem
empolgação da primeira etapa. Não querendo ser repetitivo mas o silêncio no
estádio chama a atenção. É uma ausência de vozes que nos ensurdece.
Pouco antes dos vinte minutos o técnico Tite faz sua
primeira substituição, sai Roberto Firmino para a entrada de Gabriel Jesus.
Confesso que já bocejei algumas vezes na tribuna de imprensa.
Olha, tão ruim quanto o jogo é o gênio que teve a ideia de
pedir para que o locutor do estádio todas as vezes que fosse passar uma
informação, o fizesse em três idiomas...sem brilho e sofrível, tipo vergonha
alheia.
Passamos dos trinta minutos do segundo tempo e os vizinhos
que moram nas casas próximas ao estádio já estão dormindo pois muitos devem
estar estranhando o silêncio que toma o Morumbi. Ouvi um grito que veio de fora
do estádio....”Shiiiii, deixaram a luz acesa”.
Com trinta e quatro minutos o técnico Tite tira David Neres
para colocar o atacante do Grêmio, Everton Cebolinha. A partida segue sem
nenhuma inspiração. Na sequência entra Willian na vaga do Richarlison. Vale
lembrar que o Willian foi convocado na vaga do Neymar após o seu corte da
seleção.
Que bonito...Finalmente um lance que fez lembrar a seleção
brasileira pentacampeã do mundo. Everton recebe pela esquerda e entra na
diagonal driblando os jogadores bolivianos até acertar uma bomba contra a meta
do goleiro Lampe que fica parado e somente assiste a bola estufando sua meta.
Gol do Brasil !!!
O placar eletrônico anuncia público e renda. Somente 46.342
torcedores dos quase setenta mil que eram esperados, mas o dinheiro é ótimo
para a Conmebol, R$ 22.476.630,00 para o cofre.
E com quatro minutos a mais o árbitro encerra o jogo.
Ouvimos quatro segundos de aplausos e mais nada.
Coutinho foi eleito o melhor jogador da partida. Evidente
que os dois gols influenciaram a decisão até porque o jogo de hoje seria
daqueles que o troféu poderia ficar acumulado.
Vitória na estreia sempre é bom mas ficou claro que o Brasil
precisa evoluir muito ainda para fazer frente para as seleções mais
estruturadas. A apresentação foi pobre, burocrática e não empolgou a torcida e
nem ninguém que goste de futebol.
Terça feira o jogo será em Salvador diante da Venezuela e
vamos torcer para que possamos assistir uma evolução, nem que seja em animação
nas arquibancadas.
Por hoje é só...Valeu Galera, Valeu Brasil !!!