Aulas de tecnologia nas escolas municipais de São Caetano
estimulam a autonomia e o pensamento crítico
A
sociedade vive em constante transformação. E a Educação de São Caetano
acompanha as mudanças, com a introdução de novos conteúdos na grade curricular
da Rede Municipal de Ensino.
Educação
Digital é um dos novos componentes curriculares, que foi acrescentado à
formação de todos os alunos do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano), graças à
ampliação da carga horária das escolas.
Para
o professor Luiz Cruz, diretor do Cedigi (Centro de Pesquisa, Formação e
Inclusão Digital), que trabalhou na elaboração das novas aulas, essas aulas
estão estruturadas sob três eixos norteadores: Cultura Digital, que trará
conhecimentos sobre o contexto social e cultural no qual se inserem as
tecnologias da informação e comunicação; Tecnologia Digital, com foco nas
estruturas e usabilidade dos recursos digitais, oferecendo conhecimentos sobre
hardware e software, e Criação Digital, com base nas aplicações da tecnologia,
trazendo noções de lógica, programação e cultura maker, entre outros temas.
Do bloco de montar à inteligência artificial
Na
EMEF Maria Teresinha Fiorotti, por exemplo, o professor Thiago Martins dos
Santos inicia os seus alunos de 1º ano no mundo da tecnologia por meio dos
bloquinhos de montar. Ao chegarem ao 6º ano, esse mesmo tipo de material será
utilizado para a construção de robôs que ganharão movimentos graças ao
aprendizado de linguagem de programação. É um processo de evolução que começa
cedo.
Nas
salas de 6º ano, é grande a motivação dos alunos para montar e programar os
robôs. É o caso da Alissa Elisabet de Oliveira, de 11 anos. Modesta, ela diz
que não é muito boa na montagem do robô e que prefere futebol. Mas está ansiosa
por ver os robôs dos grupos competindo entre si. “É a parte mais legal!”,
comenta. E tem aluno que já vislumbra na tecnologia um futuro profissional,
como o Carlos Eduardo Vieira, 11 anos, que quer trabalhar com animação e
considera que a tarefa proposta pelo professor é fácil: “Nós já trabalhamos com
Lego no primeiro ano”, diz, seguro de si.
Na
mesma escola, trabalhando com alunos dos 7ºs e 8ºs anos, o professor Armando
Lima e Silva Corujeira Júnior tem introduzido conceitos de inteligência artificial
utilizando ferramentas como Notion, que é um programa de organização de
conteúdo. Uma das funcionalidades dessa ferramenta com o uso de IA é a produção
de textos, à semelhança do que faz o aplicativo ChatGPT, que tem estado em
evidência nos últimos tempos.
Numa
das últimas aulas, a turma fez a revisão de um texto produzido pelo Notion
sobre Copas do mundo. Ao avaliar as informações fornecidas pelo aplicativo, os
alunos tiveram que pesquisar o assunto e descobriram que as ferramentas de
Inteligência Artificial também podem falhar. “O texto produzido pela
Notion dizia que não houve Copa em 2022 e que o Brasil não participou da Copa
do Mundo de 1934”, lembra o professor. Os alunos não tiveram dificuldade em
descobrir o erro e perceber que a tecnologia pode ser uma ferramenta bastante
útil, mas deve ser usada sempre de forma crítica e responsável.